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Mostrando postagens de abril, 2025

12 - PAS 3 - Poema 'Quintal' de Meimei

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  Oi, gente. Abaixo, mais um poema elencado pela UnB para o PAS 3 / 2025. Seu título é Quintal e foi escrito por Meimei Bastos. Esse e outros poemas da autora podem ser lidos no link a seguir:   https://medium.com/@meimei.bastos A baixo, o poema Quintal . Quintal Meimei quando eu era pequena e só sentia bom quintal, ruim briga, e brincava de tatu bolinha comendo bananinha de trevo de quatro folhas, azedinha, até a Lua aparecer e, meu paraíso virar céu inteiro. nesse tempo, não sabia que o lugar onde eu vivia tinha nome, causa e classe. era só quando saía, várias distâncias em horas de baú, que percebia, na rua asfaltada, casas rebocadas, gente vestindo roupa de sair em casa, que o canto onde minha casa pousava, era diferente! minha mãe dando faxina, minha mão coçando pra malinar. meu olho desa- costumado com tanta parede pintada, água encanada, com um quarto só de livro, outro só de brinquedo. puxa! eu, não entendia. por que ali tinha e lá não? hoje eu sei, mas ainda não...

11 - PAS 3 - Poema 'Reinvenção' de Cecília Meireles

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  Oi, gente. Abaixo, mais um poema elencado pela UnB para o PAS 3 / 2025. Seu título é Reinvenção,  de autoria de Cecília Meireles (1901-1964). Ela é um destaques da segunda geração modernista ou geração de 30. Sua poesia é fruto da psicologia e da sensibilidade femininas de sua época.  Tendo perdido seu pai três meses antes do nascimento e sua mãe aos três anos de idade, Cecília foi criada pela sua avó materna. As perdas sofridas durante a sua vida e o magistério como profissão fizeram de Cecília alguém cuja sensibilidade poética é acima da média. Temas como o amor, o tempo, associadas às imagens da natureza (água, ar, mar, vento) contribuem para que a estética simbolista se faça presente. Reinvenção Cecília Meireles A vida só é possível  reinventada. Anda o sol pelas campinas e passeia a mão dourada pelas águas, pelas folhas... Ah! tudo bolhas que vem de fundas piscinas de ilusionismo... — mais nada. Mas a vida, a vida, a vida, a vida só é possível reinventada. Vem...

10 - PAS 3 - Poemas 'Elegia 1938' e 'Rodofernália'

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  Oi, gente.  No bate-papo de hoje, apresentamos duas obras do PAS. Leia-as com atenção, bem como as contextualizações. Ao final, propostas para reflexão.  Elegia 1938 Carlos Drummond de Andrade Trabalhas sem alegria para um mundo caduco, onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo. Praticas laboriosamente os gestos universais, sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual. Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas, e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue frio, a concepção. À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas. Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer. Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras. Caminhas entre mortos e com eles conversas sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito. A literatura estragou tuas melh...

9 - PAS 3 - Poemas da colonização - Oswald de Andrade

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   Olá, gente. Nessa publicação, analisaremos um poema da autoria de Oswald de Andrade (1890 - 1954). Ao lado do escritor Mário de Andrade (1893-1945), da pintora Tarsila do Amaral (1886-1973) e de outros artistas de diferentes ramos, Oswald foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, ocorrida nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo. O evento, atualmente, é considerado o marco do Modernismo no Brasil. Como outros modernistas da primeira geração ou geração de 22, houve o rompimento  com a arte tradicional. Na literatura, houve o  rompimento de um padrão estabelecido pela tradição para o texto poético (rimas, métrica rígida, vocabulário selecionado e temas específicos)  e, em  linhas gerais, os poetas da geração de 22 conceberam  o texto literário (prosa ou verso) com características literárias tais como: a)     A busca pela liberdade formal, sem a preocupação com rimas, métrica, formas fixas (son...

8 - PAS 3 - Poema 'Evocação do Recife: memória, escravidão e história' e texto 'Recomeço (s.m.)'

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Olá, gente.  A partir das duas obras do PAS abaixo, gostaria de propor uma intertextualidade a partir do poema Evocação do Recife: memória, escravidão e história  de Manuel Bandeira e Recomeço , de João Deodorlin, o Akapoeta. Após os textos, breve biografia e breves análises das produções em pauta. Texto 1  Evocação do Recife: memória, escravidão e história  (Manuel Bandeira)  Recife Não a Veneza americana Não a Mauritssatd dos armadores das Índias Ocidentais Não o Recife dos Mascates Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois — Recife das revoluções libertárias Mas o Recife sem história nem literatura Recife sem mais nada Recife da minha infância A Rua da União onde eu brincava de chicote-queimado e partia as vidraças da casa de Dona Aninha Viegas Totônio Rodrigues era muito velho e botava o pincené na ponta do nariz Depois do jantar as famílias tomavam a calçada com cadeiras, mexericos, namoros, risadas A gente brincava no meio da rua Os meninos gritavam: Co...